Meu rei
Meu pai de lei
Sempre me ensinou
Do brilho de ser cantador
"Violo no peito é como semente
É rima na goela que sai de repente
Qual chorinho de cavaco
Ou ponteio de bordão
É o seu clamor de guerra e paz"
Kao
Meu pai Xango
Sempre me ensinou
Que a luta de ser tocador
Tá em mexer na tristeza da gente
Que som bom é som triste
Com "q" de contente
E tem de ser firme e certeiro
Qual batuque de terreiro
Pra vingar muita saudade
Que arte é vento e tempestade
Atrás de um peito que se farte de chorar
De querer se lamentar
Mas de querer se levantar
Mais uma vez
Ai, quem me diz
De que mais se precisa pra ser feliz?
Eu durmo em casa emprestada
Eu faço compra fiada
Sou artista da madrugada
Cansei de ser valente
Isso tudo, nossa gente
Minha luta é com a semente e só